sexta-feira, 31 de julho de 2009

Amigos e amizades
















(amoremcristo.com)


1. "A melhor coisa para curtir a velhice é conservar os amigos. São pessoas que viveram o mesmo tempo que você. Não há choque de geração entre amigos." (Carla Camuratti)
2. "Um amigo de verdade é aquele que te apoia nos fracassos e tolera o teu sucesso". (Doug Larson)
3. "Amigo é quem te ouve ao telefone com a mesma atenção de quem te olha nos olhos."(s/autor)
4. "Amigo é alguém com quem se pode andar pensando em voz alta." (s/autor)
5. "Um amigo é como uma pérola: existem muitas, mas poucas são verdadeiras."
6. "Repreende o amigo em segredo e louva-o em público." (Leonardo da Vinci)

Completar:
Alunos do 6º e 7º anos


@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

Poema de Amigo Aprendiz

Quero ser o teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida,
e ficar na tua vida
da maneira mais discreta que eu souber.

Sem tirar-te a liberdade.
Sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar quando for hora de calar,
e sem calar, quando for hora de falar.

Nem ausente nem presente por demais,
simplesmente, calmamente, ser-te paz...

É bonito ser amigo.
Mas, confesso,
é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.

Vou encher este teu rosto de lembranças!
Dá-me tempo
de acertar nossas distâncias!
(sem autoria)

A ser trabalhado por alunos do 8º e 9º anos.

Jornalista e ator Marco Santos colaborou com essa pérola (de seu blog Antigas Ternuras):

Já dizia George Eliot: "Talvez as melhores amizades sejam aquelas em que haja muita discussão, muita disputa e mesmo assim muito afeto".

Hoje percebo o tanto de afeto que existia entre nós...

(a foto com os bebês é para você, amigo!)



@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

Ouvir a música Oração por meus amigos (Padre Zezinho):
1. Fazer adormecer todas as palavras que não deveriam nunca ter sido acordadas!
2. Fazer acordar TODAS as palavras que devem ser despertadas!

Contei umas 30 palavras ao todo.
Vamos começar?
Vamos praticar?
Comece enviando uma hoje, outra amanhã...
Quem é o teu amigo???

Alfabeto do Amigo

Kátia Marques Azevedo, minha prima Supervisora em Extrema; e você, minha querida Supervisora Kátia!!
As duas homenageadas de hoje. (Nada é mera coincidência...)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A quem possa interessar


Minhas caras colegas das séries iniciais:

Seleções do Reader's Digest, em parceria com Maurício de Sousa criaram a coleção "Turma da Mônica de A a Z".
Se acaso alguém adquirir essa bela coleção para trabalhar com seu aluno, aproveite para ajudá-lo a formar palavras edificantes e bonitas, pois com esses livros ele vai aprender a "ler, criar e formar palavras", entre muitas outras coisas boas dessa coleção.
Esses livrinhos são uma graça! Eles "se encaixam" e formam as palavras, combinando "a diversão dos livros com a animação de um quebra-cabeça", conforme diz a publicidade.
Não estou promovendo nenhuma venda dessa coleção, mas afirmo com toda segurança que, se eu trabalhasse com pequenos, certamente iria adquiri-la. E recomendo, pois além de encantadora, é útil e superpedagógica.
Vejam:
Na Letra A, a história é da personagem Anjinho: "Do alto da nuvem, Anjinho abre os olhos e se anima..."
Minha sugestão: aproveitar para acrescentar qualidades, características, ações à personagem Anjinho, fazendo acordar palavras como amoroso, afetuoso, amigo... e fazendo adormecer: azedo, antipático, aflito, etc., e tudo de acordo com a faixa etária da criança, evidentemente.
O título do Livro de Letra A é "Assim acorda a turma". Uma graça!!

Alfabeto do Amigo




Jacqueline, você é a homenageada de hoje, com louvor!!!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Caderno de capa dura...

Houve quem votasse nessa capa para o nosso caderno. E agora? É do Bloggin' Beautifully.
Com as letras egípcias ou esse que estais vendo ??? Não é uma graça?
Podem opinar...

Alfabeto do Amigo



Esse amigo, meus caros, é também interessado em suas realizações e toooorce mesmo pela sua felicidade...

Versículo bíblico


"Ora Àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o Seu poder que opera em nós." (Efé sios, 3:20)

Como falar de palavras, de acordar e edificar, se não falarmos do Livro dos livros, que reúne em si todas as palavras vivas e edificantes de que precisamos para ajudar nossos jovens e crianças através das ideias do projeto deste modesto blog?

Ouçam o que diz o Dr. em Psicologia Norman Vincent Peale: hoje, recorde que nada é bom demais para ser verdadeiro. Nossas maiores esperanças podem ser realizadas. Nossos sonhos mais maravilhosos podem fazer-se realidade. Tudo quanto você realmente necessita pode ter.
A generosidade de Deus é grandiosa para fazer você livre e feliz!!! Vem com a gente.

Na Montanha


Queridos!!!
Encontrei, finalmente, uma das maiores pérolas da Literatura americana que fiz meu livro de cabeceira durante um bom tempo da minha juventude...
Na Montanha: trata-se de uma novela linda, escrita pelo jornalista e romancista norteamericano Dion Henderson, "ambientada numa região agreste e montanhosa da América do Norte" e tem como protagonistas um velho, um menino e um lobo.
Para aqueles leitores que apreciam a vida selvagem!
Quero registrar aqui meus sinceros agradecimentos a todas as meninas da Biblioteca da Univás pelo acolhimento, atenção e tanta gentileza dispensados a minha pessoa, hoje, quando lá estive.
Muito obrigada, do mais fundo do coração!!!
Acordo para vocês a palavra SENSIBILIDADE.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Pensamento do dia


QUASE SEMPRE ESTÃO EM NOSSAS MÃOS OS RECURSOS QUE PEDIMOS AO CÉU.
  • (William Shakespeare)

Ao que interessa...



Com a Palavra, Dr. Paulo Selani:
- Com o exercício da caridade, justiça, compreensão e amor, nós conseguimos pensar melhor, mantendo nossas energias mais equilibradas; consequentemente, conseguimos manter nossos corpos mais saudáveis.

SOMOS MAIS QUE EDUCADORES, SOMOS ILUMINADORES!


(outro belo e grande motivo para a criação e implementação deste blog...
- Palestra no Simpósio da Secretaria de Educação de Pouso Alegre em 30/01/03)

sábado, 25 de julho de 2009

Parabéns a você, nesta data muito querida!!!

(Sandra Vieira)
Carol, que o nosso grande Deus continue te abençoando! Não mude em nada minha querida, a não ser pelo puro e simples prazer de se aperfeiçoar...Bjs em seu coração.(Quero bolo... ah, e venha buscar o presente!)

As cartas já estão chegando!!!

Reportagem UNESCO

A crise dos botões de pérola



© UNESCO/Partick Lagès
No Paquistão Oriental (Bangladesh), vilas inteiras vivem apenas da manufatura de botões de madre-pérola.
"Quem melhor que a UNESCO pode chamar a atenção dos cientistas e técnicos para o fato (que eles tendem a subestimar com tanta freqüência) de que os propósitos da ciência não são apenas os de resolver problemas científicos, mas também de encontrar respostas aos problemas sociais?"
Problemas semelhantes – e outros ainda mais específicos – também confrontam a Bengala Oriental. Para solucioná-los será necessário um grau de imaginação e de colaboração internacional que não é menor. Até o mais intensivo cultivo de juta será incapaz de absorver a mão-de-obra ociosa ou assegurar a sobrevivência da população cuja densidade demográfica excede mil habitantes por quilômetro quadrado. De fato, por séculos as pessoas têm buscado uma fonte suplementar de renda na indústria do algodão, como a manufatura de roupas muçulmanas que fez Dacca famosa. Mas até essas formas rurais de artesanato são condicionados por circunstâncias únicas. Eles dependem de mercados internacionais não apenas como fonte de matéria-prima, mas também para as vendas e o escoamento dos produtos finais.

Para tomar um caso específico, na Bengala Oriental visitei recentemente um grande número de vilas de incrível pobreza na região de Langalbund, não tão distante de Dacca. Lá, cerca de 50 mil pessoas vivem apenas da manufatura de botões de madre-pérola. Botões desse tipo, de grande uso em camisetas e roupas íntimas de baixo custo, são produzidos em grande quantidade por ferramentas manuais que poderiam muito bem haver pertencido à alta Idade Média.

As matérias-prima necessitadas para a sua produção, tal como químicos, papelão e chapas de decoração usados para montar os botões no papelão, deixaram de vir do estrangeiro desde que o Paquistão se tornou independente. Seguindo uma retração mundial da demanda, a produção de botões de pérola em vilas caiu de 60 mil grosas por semana para menos de 50 mil por mês enquanto o preço pago aos artesãos das vilas caiu 75 %.

Esse é apenas um exemplo dos aflitivos problemas que confrontam o Paquistão hoje. Seria um erro, todavia, vê-los simplesmente como problemas econômicos. Sem dúvida a chave para o dilema está antes de tudo nos técnicos.

(UNESCO.com / Artigo 3 - Courrier,2008,nº5 - http://typo 38.unesco.org))

Pensamento


"CONCEDE-TE O DIREITO DE ERRAR, PORÉM, EXIGE-TE O DEVER DE CORRIGIR." (Autor desconhecido)

Alfabeto do Amigo

Honra a palavra empenhada com você, é honesto até não poder mais, humilde para te ensinar!!!

domingo, 19 de julho de 2009

Adormecer e acordar



Adormeço agora duas palavras ingratas e inconcebíveis:
E faço acordar duas outras, animada e cheia de entusiasmo:
Bjs e até amanhã!

Em tempo: esqueci de registrar as palavras que adormeci e fiz acordar. Será que alguém aí poderia fazer isso por mim? Agradeço... Vamos tentar encontrar as palavras de hoje. Help!
(botõesLC&Filhos.com)

Alfabeto do Amigo



Gosta de estar junto, fazer graça e rir de nada, nada mesmo, e o mais importante: sabe ser grato para contigo...

Outros mimos para a linda princesinha que me mostrou pela primeira vez os cristais Svarowski









Atendendo a um pedido gentil


Uma amiguinha me pediu, esses dias, um botão em Swarovski e encontrei para ela esse da New Perle...
Não contente de publicar somente o botão, trouxe também pingente, borboleta, flor e outros mimos...

Uns presentinhos para quem aprecia




Essas pérolas Svarowski black pearl (da NewPerle) são para alguém cujo sistema do seu Clube de Cultura e Entretenimento e suas formas de ganhos, bônus e outras "coisitas mais" são feitos através do acúmulo de pérolas negras (simbólicas) adquiridas; as outras, um pouco esverdeadas, são para ele também, são Svarowski Tahitian Pearls...
Sucesso e que Deus esteja te agraciando nesse seu grande empreendimento!!!
Nota: esse alguém é nada menos que o meu marido e vem aí o Polinesian Cyber Chess Café.

Linda Paula


Quintal responde‏
De: Offline paula.mello (paula.mello@ajato.com.br)
Enviada: domingo, 19 de julho de 2009 4:16:07
Para: mglacerda-pa@hotmail.com
Oi, Graça!
Não sei o que houve, também...Tente se cadastrar novamente no feed, para ver se dá certo.
Estou querendo mudar, porque esse programa não envia a postagem inteira, só os títulos, já tentei mudar lá e não consegui, é um saco!! Bom, veja você aí que eu vejo aqui!
Se não der certo, me escreva de novo. Se não quiser usar esse negócio de formulário do blog, você pode me enviar email não tem problema.
Uma semana iluminada!!
Paula
Aniz Estrelado... são palavras gostosas, que eu gosto de fazer acordar!!! Fui hoje ao supermercado e comprei um saquinho, mas tinha só um inteiro e eu pendurei o saquinho no botão do meu casaco, depois ele caiu no chão e eu morrendo de medo de ele quebrar, guardei dentro da bolsa!! Deus me perdoe o pecado porque me esqueci de pagar o saquinho de aniz só porque banquei a criança... mas valeu a pena porque é lindo, e estou nomomento com ele entre as mãos como um talismã, com seu cheiro delicioso!!!!!!!!!! Lembrando mais uma vez da infância, das balas de aniz do meu pai.

Alfabeto do Amigo


Pois é, meus queridos, não nos abandona de jeito nenhum...
E nós ficamos mais que... felizes!!!

sábado, 18 de julho de 2009

Quem é o autor da frase



"Se tirar o casaco..."

(continua)

Gente, hoje eu consegui para vocês...

A incrível história do escravo Michael e o casaco russo.

Em tempos que já lá vão, existia um reino habitado por gente morena, bem disposta, amante do vinho tinto e de lulas de caldeirada. Existiam nesse reino homens e mulheres, médicos e homens da lei, magos e feiticeiros, pessoas dedicadas à arte e às letras, programas de televisão, felicidade, inveja, riqueza e desgraça, como em todo lado há, como em todo o lado houve, e sempre haverá.

Até agora a nossa história nada tem de interessante, o que se torna aborrecido, porque não é à toa que se perdem minutos preciosos a ler contos surrealistas escritos por jovens imaturos, ingénuos e com muito pouca experiência, quando se podiam passar momentos mais interessantes a jogar dominó, conversando sobre o preço da couve-lombarda ou acompanhado por algumas bailarinas italianas. Por isso, continuemos.

Era dito que nesse reino haviam Senhores, homens ilustres, cultos, e profundamente humanistas, que com grande sacrifício prescindiam da sua felicidade e de seus próprios sonhos, apenas para poder prestar serviço ao seu próprio reino, governando-o de uma forma pluralista e profundamente tolerante, impregnando a terra de justiça; demonstrando uma abnegação quase santa, sacrificando-se em prol dos seus semelhantes! Existia nessa terra, porém um feitiço. Graças a esse feitiço, aí colocado em tempos por alguém que desapareceu e nem sequer deixou o número de telefone, passou a viver-se numa atmosfera mágica, onde a fronteira entre a realidade e a fantasia, a mentira e a verdade, se tornou tão ténue como a esperança do Sporting em ganhar a liga dos campeões alguma vez possa ter sido. Os governantes desse reino mantinham o apreço dos seus semelhantes através de uma indústria poderosa de produtos fantásticos, demarcando-se uma em particular: a indústria das fábricas de diplomas. Estes diplomas eram mágicos, porque embora não conferissem aos habitantes mais jovens a quem eram oferecidos qualquer tipo de dom, conhecimento, sabedoria ou capacidade, davam-lhes o generoso direito de serem considerados membros reconhecidos do reino, pessoas capazes e membros integrados no seu país. Nesta indústria trabalhavam os escravos das fábricas de diplomas.

Pode parecer estranho que houvesse escravidão nesta terra, mas isso faz parte do feitiço, porque ninguém se apercebia que escravos houvesse, nem os próprios escravos, muitas vezes, excepto quando aquela corrente nos tornozelos começava a ficar enferrujada. No entanto, os escravos não eram pessoas felizes, porque nenhuma escravidão traz felicidade, e passavam o tempo a imprimir diplomas, queixando-se do seu infortúnio e de quão pobrezinhos eram. Havia então nesse reino uma terra chamada Lar do Castelo, e nessa terra estava uma dessas fábricas, que aparentemente nada tinha de diferente em relação a qualquer outra fábrica de diplomas. Acontece que aí vivia um escravo chamado Michael, e aqui começa a nossa história. Michael era um escravo esforçado e brincalhão, um coleguinha amigo dos seus amigos. Tinha um ar jovial, e discreto, e estava sempre com muito frio. O escravo Michael tinha frio, e como ninguém é perfeito, um dia encontraram-se pequenos pingentes de gelo colados ao seu nariz. Há quem diga que o termómetro acusava a descida da temperatura quando ele passava; e que às vezes tremia tanto, que seus colegas, assustados, indagavam-se acerca da presença de algum fiscal da fábrica de diplomas, tentando vender dicionários de crioulo. Um dia então comprou um casaco, mas como não queria um casaco rasca qualquer, acabou por adquirir um casaco russo. Era um casaco de uma beleza indescritível, castanho-claro, e com um corte austero, mas também elegante, e confortável, pelo que Michael podia mexer os braços com frequência, olear e girar as manivelas da máquina de fabricar diplomas, e até beber um café, às vezes; ou dar umas palmadinhas nos ombros dos colegas que tossiam. O casaco russo tinha duas abas compridas, e quatro bolsos, onde Michael guardava umas moedinhas e o retrato da avó. Havia também bonitos desenhos com motivos rupestres costurados nas mangas do casaco e doze botões de madre-pérola que brilhavam como estrelas quando Michael passava, iluminando o trabalho dos outros escravos na penumbra sombria das caves frias onde trabalhavam no fabrico dos diplomas. O casaco russo era mágico, sabem? Porque os escravos da fábrica de diplomas do Lar do Castelo passaram a viver contentes no seu trabalho, brincando uns com os outros e fazendo graças acerca do ministério da fábrica de diplomas, sorrindo e cantando em uníssono «quer eu queira, quer não queira não me deste liberdade …» e também algumas cantigas mais velhas do José Cid, enquanto imprimiam os diplomas na fábrica. Mas um dia, o casaco russo desapareceu. Pensava-se que pudesse ter sido roubado por algum energúmeno friorento, mas a verdade é que até hoje ninguém sabe como foi perdido, e mais grave ainda, perdeu-se o registo da acta que dava conta desse desaparecimento, porque alguns dos escravos faziam aviõezinhos com as actas quando não havia papel de rascunho. A tristeza abateu-se sobre o Lar do Castelo. Anteriormente um lugar de comunhão e partilha, onde os escravos viviam como uma grande família, tornou-se um sítio de inveja e vícios, onde escravos liam o Record em vez de trabalhar, um lugar de intrigas e maldade, onde colegas se sacaneavam uns aos outros, roubando o papel higiénico da casa de banho aos escravos aflitos, fazendo queixinhas uns dos outros aos fiscais ou pondo pimenta no café dos mais distraídos. Chovia granizo no Lar do Castelo. Grandes inundações deixaram as ruas intransitáveis, mesmo para os governantes ou para os bodes que costumavam pastar nas redondezas, e grandes nuvens cinzentas escondiam o sol outrora radioso, deixando morrer as árvores e os fungos que habitavam a barba do senhor da repografia. Os fiscais das fábricas de diplomas apareciam então quase todos os dias, criticando os escravos que usavam calções ou que tinham algum botão desapertado, e o ministério mandou instalar um amplificador e uma cassete no bar da fábrica de diplomas, que tocava o dia inteiro, ouvindo-se

«os escravos da fábrica de diplomas deverão tomar estratégias de remediação, respeitando o normal estado de desenvolvimento dos jovens beneficiários da fabrica de diplomas, permitindo a sua integração na nossa sociedade democrática e garantindo as taxas de produção desejáveis.»

Foi então que Michael teve que tomar a decisão de procurar o casaco russo, porque os colegas colocaram-no entre a espada e a parede, fazendo uso de um velho sabre malaio oferecido aos escravos por um estudioso da cultura oriental. Michael ficou sem saber o que fazer. Dirigiu-se então ao um colega a quem chamavam o teórico. O teórico era um rapaz alto e magro, de cabelo castanho e ligeiramente estrábico, pálido como a cal, e um dos poucos contestatários das fábricas de diplomas. Havia um esgar profundamente cínico na sua expressão. Quando interpelado pelo seu colega, o teórico simplesmente respondeu:

«Estou desolado, mas nada posso fazer. Sou um jovem ingénuo, apenas escrevo equações nas costas das actas e faço contas sem a máquina de calcular, às vezes. Recuso-me a embalar alguns diplomas que a fábrica produz quando estão muito borrados, mas isso de nada serve, porque os meus colegas mandam até esses diplomas borrados para serem entregues, na mesma. O que posso fazer ? Repara, eu faço isto há tão pouco tempo. É preciso confiar na experiência. Procura o mago, ele pode ajudar-te».

E após ouvir estas palavras, Michael pediu um conselho ao mago, outro escravo lá da fábrica. Ora, o mago tinha uma figura pouco habitual de se observar, um escravo imperturbável, dono de uma serenidade própria dos orientais. Media sensívelmente um metro e noventa, era já um pouco grisalho e usava uma barba aparada e bem cuidada. Possuia uma estrutura física poderosa, escondendo-se para muitos uma sensibilidade que sua aparência certamente não faria supor.

Apesar de escravo, mantinha a dignidade de uma pessoa livre, e havia na maneira como olhava para o seu perturbado colega um misto de gozo e afecto. A bem dizer, o mago era o único que não estava enfeitiçado, por ser ele próprio um feiticeiro; e às vezes conseguia umas magias porreiras, como fazer passar jogos de futebol na televisão, nos dias mais chatos, em que a equipa que ganhava era sempre a nossa e não aqueles gajos italianos.

«Não sei o que hei de fazer - disse Michael - o casaco russo desapareceu e sem ele ninguém mais aqui será feliz. Porque hei de ser eu a procurá-lo? Porque não vão procurá-lo os outros ?»

«É exactamente com essa atitude que o casaco não vai aparecer mesmo. Repara, casacos russos não caem do céu. A não ser, é claro, com aquele helicóptero velho azul lá da Junta. De qualquer modo, pensa assim: se o casaco não aparecer, serás linchado mais cedo ou mais tarde, o que é desagradável: ou pelos colegas, ou por um fiscal das fábricas se te encontrar a fazer uma vigilância à máquina dos diplomas com o cabelo despenteado. Vá lá, homem. Faz-te à vida.»

«Mas eu tenho medo, há tantos perigos lá fora! Posso ser raptado por extraterrestres! Posso tropeçar e partir o pescoço. Estou há tanto tempo nesta fábrica, nem me consigo imaginar a conseguir fugir daqui. E se sou encontrado por algum fiscal? Qual será o meu destino?»

«Qualquer destino é melhor que o destino de um covarde. O casaco é teu, não serve a mais ninguém. Metes um artigo e vais lá em serviço. Põe-te a andar».

E foi assim que o escravo Michael partiu em busca do casaco russo. Viajou até à capital do reino, num autocarro velho e cheio de gente, sentado ao lado de um velhote que pigarreava constantemente, emitindo impropérios acerca do tempo e do estado das estradas. Simultaneamente, uma senhora gordíssima de grandes olhos azuis encostava-se insistentemente a Michael, nitidamente numa atitude sedutora, piscando- lhe os olhos de vez em quando. A certa altura, a situação tornou-se crítica, quando esta mulher se sentou ao lado dele, e mais ainda quando, elogiando o corte de cabelo recente do escravo, começou a fazer-lhe festas meigas no pescoço, sussurrando-lhe marotices ao ouvido… Mais tarde, então, quando chegou à cidade, Michael dirigiu-se de imediato ao ministério das fábricas de diplomas, procurando ajuda para encontrar o casaco russo. Foi atendido por uma funcionária atarefada que o olhou com um ar de desprezo e lhe mandou tirar uma senha, dizendo-lhe que subisse até ao nono andar, onde outro funcionário lhe mandou tirar uma nova senha e voltar de novo ao primeiro andar. Nessa altura, foi atendido pela mesma funcionária que lhe deu um impresso, cobrando-lhe algumas moedinhas por isso, e enviando-o de novo ao nono andar, onde ainda outro funcionário lhe perguntou, finalmente, o que queria, e porque razão o perturbava na hora de tomar o cafézinho. Michael começou a tentar explicar a sua situação, sendo logo interrompido por este homem, que lhe disse:

«Ha, mas você é escravo! É escravo!»

«Sim sou escravo, da fábrica de diplomas do Lar do Castelo.»

«Mas porque não disse logo? Pensei que fosse um dos rapazes que costuma vir buscar o lixo. Mas, não, não diga mais nada. Não o posso ajudar. A única informação que tenho para si é esta: «os escravos da fábrica de diplomas deverão tomar estratégias de remediação, respeitando o normal estado de desenvolvimento dos jovens beneficiários da fábrica de diplomas, permitindo a sua integração na nossa sociedade democrática e garantindo as taxas de produção desejáveis.» É tudo o que posso dizer.»

E, acto contínuo, o funcionário virou as costas, desaparecendo por um corredor sombrio, rangendo os sapatos no soalho e rindo baixinho. Deprimido, Michael tentou procurar outras pessoas, mas não encontrou ninguém que lhe desse ouvidos; ou quando era esse o caso respondiam-lhe sempre:

«os escravos da fábrica de diplomas deverão tomar estratégias de remediação, respeitando o normal estado de desenvolvimento dos jovens beneficiários da fábrica de diplomas, permitindo a sua integração na nossa sociedade democrática e garantindo as taxas de produção desejáveis.»;

deixando Michael abatido e sem reacção. Nesta altura já lhe doíam os pés, de tanto subir e descer escadas, e por causa daquele calo de estimação que teimava em não desaparecer. Contudo, após muitas horas, Michael encontrou a porta do gabinete dos chefes do ministério da fábrica de diplomas. Bateu, e, como não obteve resposta, entrou, deparando com os chefes do ministério praticando esgrima uns com os outros. Michael pediu desculpas pela intrusão, justificando-se com várias vénias, e logo expôs o seu problema, ao que um dos chefes respondeu:

«Verifica-se, escravo Michael, que possui uma estatura sete centímetros superior à média desejada, o que não é estatisticamente normal. Não sei se conhece a curva de Gauss? Provavelmente é essa a causa do problema. A estatura normal para o escravo competente do sexo masculino é apenas de um metro e setenta. Assim sendo, propomos que lhe sejam retiradas algumas vértebras, de modo a que possa adaptar-se ao sistema, porque, como sabe, os escravos da fábrica de diplomas deverão tomar estratégias de remediação, respeitando o normal estado de desenvolvimento dos jovens beneficiários da fábrica de diplomas, permitindo a sua integração na nossa sociedade democrática e garantindo as taxas de produção desejáveis.»

Foi então que ocorreu algo de inusitado. O escravo Michael, durante tanto tempo um elemento cumpridor na sua fábrica de diplomas, sentiu crescer em si uma revolta inesperada, e, guiado por um impulso irreversível, uma vontade invencível e dominadora, decidiu fazer o impensável: atribuiu-se a si próprio o direito de agir conforme a sua consciência, e, pegando no florete de um dos chefes do ministério, disse:

«Não. Recuso a submeter-me a tal intervenção. Não gosto da curva de Gauss, e além disso, aquelas camisas que a Rita me ofereceu já não me serviriam.»

«Mas isto é inaudito. Tem bem a noção do que está a dizer? Repare bem, está a suar. Terá a robustez física necessária para exercer as suas funções? Será possível que existam pessoas com uma postura tão desadequada exercendo funções tão exigentes?»

«Sim, é possível. Alguns como os senhores, e outros, com gravatas ainda mais foleiras.»

«Não está a par do conceito de liberdade de expressão democrática, pois não? Note bem, está a colocar um sério entrave ao funcionamento do sistema das fábricas de diplomas, criticando desnecessariamente, sem propor estratégias de remediação, respeitando o normal estado de desenvolvimento dos jovens beneficiários da fabrica de diplomas, permitindo a sua integração na nossa sociedade democrática e garantindo as taxas de produção desejáveis.»

Foi nesta altura que o escravo Michael iniciou um duelo de esgrima com os seus adversários. Lembrou-se de algumas lições dadas por um tio Francês quando era pequeno, e, surpreendentemente, derrotou os seus opositores, cuja técnica era mais débil do que um caracol picado por uma mosca tsé-tsé. Um por um, todos cairam por terra, deixando o chão repleto de lixo bio-degradável. Michael descobriu então que não precisava do casaco russo, como pensava, bastando-se a si próprio para enfrentar as adversidades da vida, e regressou ao Castelo do Lar, onde o seu exemplo contagiu os outros escravos seus colegas, e depois os escravos de outras fábricas, de todo o reino, que se revoltaram contra os seus governantes. O feitiço foi desfeito, e todos lhe deram os parabéns, tendo-lhe sido oferecido um casaco inglês, um bonito tweed azul-escuro, mais quentinho até que o casaco russo, e com uma gola mais confortável.

Por toda parte, as fábricas de diplomas foram demolidas, sendo construídas no seu lugar escolas, onde as crianças e jovens do reino puderam finalmente aprender Matemática, Línguas, História e Física, e até Crioulo, e algumas línguas indo-europeias. Os fiscais das fábricas de diplomas foram condenados a assistir a doses compactas de telenovelas durante um ano inteiro. Os escravos tornaram-se professores, e desde esse dia, em vez do comodismo medíocre e do queixume constante que faziam, descobriram o prazer de procurar a sua própria liberdade.

Gil Fonseca (Professor contratado no Ensino Secundário entre 1997 e 2000)


Home.Created by XEmacs.

Quem é o autor da frase




O movimento brusco que fez quando deixava a cerca arrancou um dos
botões de madrepérola do roupão de seda azul que decalcava o corpo e deixava a mostra o colo cor de leite.

A literatura é rica em botões de madrepérola...





O Primo Basílio- Capítulo I (Eça de Queirós)

Tinham dado onze horas no cuco da sala de jantar. Jorge fechou o volume de Luís Figuier que estivera folheando devagar, estirado na velha voltair de marroquim escuro, espreguiçou-se, bocejou e disse:

- Tu não te vais vestir, Luísa?

- Logo.

Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates.

Tinham acabado de almoçar.

Mais literatura...


É aí que o Juca Mulato matuta com os botões de madrepérola da camisa suada (...)

Desafio: Quem é o autor desta frase?

Mais um pouco de Literatura...



Pure Cashmere:

Depois de mais um beijo, nada romântico ou suave,ela abriu-lhe a camisa com força, fazendo com que os botões de madrepérola voassem em todas as direcções.

(Manoel Ricardo de Lima)