sábado, 13 de fevereiro de 2010

Feliz e sadio Carnaval a todos!!!


Palhaço, eu?
(Texto de Graça Lacerda para o
Empório do Café Literário)

Arquibancadas e passarelas, tudo já desmontado. Depois do Carnaval, a realidade.
A mágica foi desmanchada, as máscaras caíram. Para ele, o Carnaval apenas emprestou toda essa força para manifestar seus sonhos, contidos durante aquele ano inteiro.
Coincidência ou não, Pierre Peter teria que realizar uma tarefa da escola, cursava segundo grau.
Tema: qualquer coisa que versasse sobre Carnaval; e o jovem iniciou então sua pesquisa, livremente.E talvez porque decidira brincar esse ano fantasiado de Pierrô, sentou e digitou:
“Pierrô – personagem criada na França... antes Pedrolino”...
Pierre Peter via sempre seus sonhos serem despertados em toda sua explosão, nos dias de Carnaval.
Mas para sua grande tristeza, mais uma quarta-feira de cinzas havia chegado.
As luzes da cidade estavam-se apagando e ele dormiu e sonhou... sob o disfarce do apaixonado Pierrô, e certo de seu grande amor, vê sua Colombina à distância, e ela nem lhe dirige o olhar, tão dividida estava entre seu amor e Arlequim. Ele sofre e lamenta, canta seu canto triste e brejeiro, porém não ousa revelar-se. Seus lamentos não externados deixam-lhe a certeza de que as máscaras são feitas, simples assim, para esse propósito.
Andarilho dos carnavais, Pierre Peter escondia a tristeza do olhar. Buscava-a pelo iluminado e agitado salão, ávido de encontrar sua musa, mas a solidão doía e apertava, em meio a todos aqueles confetes e serpentinas.
O colorido do baile não preenchia a sua solidão. A alegria e os trajes multicoloridos dos foliões pareciam zombar de sua dor.
Pierre Peter desperta e percebe mais uma vez seus sonhos feito cinzas, junto com esse dia, na avenida deserta.
Luzes, festa, alegorias, tudo havia ficado para trás, e soava agora em sua memória mais uma decepção:
- Quem sabe no ano que vem.
O encanto de mais um carnaval se esvai, e outra vez, a desilusão de Pierre Peter, um estudante brasileiro, sim senhor. Mais uma vez, venceu a ilusão de um colecionador de sonhos.
De volta a casa, senta-se e digita:
“Colombina, dama de companhia da corte, usa da beleza e sedução para envolver e manipular Arlequim, acrobata e trapaceiro, e Pierrô, o poético e romântico sonhador”.
- Sim:palhaço! E desmancha-se novamente em sonhos.

11 comentários:

Sandra disse...

Parabéns pelo texto, Graça!
E super parabéns pela homenagem ao Hod!
Ele merece!
Ótimo feriado pra vc, viu?

Beijos!

Ps: E a cirurgia? Me conta!

chica disse...

Um texto lindo que poder ser lido e relido e sempre é legal!beijos,lindo carnaval ou descanso!chica

Nathalie disse...

Lindo texto, Graça!
Descreve como me sinto durante o carnaval. Sinceramente não consigo gostar dele. Deve ser porque já me decepcionei bastante.

Enfim.
Bom feriado! :D

E obrigada por suas palavras em meu cantinho. Sempre me dão força para continuar escrevendo nele.

=*

Hod disse...

Aproveito o período para colocar as coisas em dia, até porque os compromissos agendados baixam bastante.

O texto está ótimo gostei de ler.

Bom descanso neste carnaval.

Alôha,

Hod.

Milene Lima disse...

Oi, moça cheia de Graça...rsrs... q péssimo trocadilho, perdoe!

Seu texto, só pra variar, está incrível.

Quem dera a quarta-feira de cinzas nunca chegasse, trazendo consigo a impiedosa realidade.

Beijos inquietos.
Bom descanso...boa folia...
qual será seu caminho???

Mª Teresa Macedo disse...

Visitou o meu blogue e trata-se de um exemplo de um boletim literário televisivo retirado do “vimeo”
por Luís Romero vimeo

http://vimeo.com/1792485
Um abraço
Roxa

RENATA CORDEIRO disse...

Olá Graça! Gostei muito do seu texto. Levantei-me agora há pouco.
Moderei comentários = respondi a visitas e fui no Éverson, onde deixei o post, que lhe deixo + Bom Dia dos Namorados (sei lá) + Beijos******************

*MARIA, VÊ!



Ó como a primavera madrugou!

Olha esses campos: como vem garrida!

- Maria, vê! Não sejas distraída...

Que belo sol e que feliz eu sou!



Tudo desperta em derredor: a vida

acorda, e traz um ar de quem sonhou...

- Mas tu não vês! Que pena, Amor! passou

uma andorinha, e lá se vai, perdida...



Sorris. E cismas... Que desdém o teu!

E eu fui chamar-te: - Vem! Que lindo céu!

É tudo vôo, e canto, e beijo, e graças... -



Que louco eu sou! Perdoa, Amor, não era

que tu viesses ver a primavera.

Ela é que fica a ver-te, quando passas!*

Bom Dia de hoje sempre*
Renata
Na sobrevida, sim, firme nos meus 40 quilos e passo o Carnaval na cama, dando pulos e muito bem acompanhada. Porque dou e ainda recebo Amor*

Cris Tarcia disse...

Bom dia Graça!

Lindo texto como sempre, tudo passa, as luzes de apagam, e a realidade esta ai, a vida é bela.
Obrigada pela visita, demorei pq a minha internet esta muito lenta

Beijos e um lindo dia

Graça Lacerda disse...

Obrigada, amigos!!!

A casa é de vocês, sempre...

Beijos na alma e no coração!

Cristina e Márcia disse...

Olá, Graça

Vim agradecer por todo o carinho q vc deixa quando nos visita! Obrigada!!!!
Lindo o seu texto, dá pra sentir a ilusão do garoto, e a decepção.
Tb adorei a homenagem q vc fez pro Hod! Ele é muito querido!!!!!!

Beijos pra vc!!!!!
Marcia

Sandra disse...

Origada por estar sempre presente, Graça.
Me faz muito bem. :)

Linda semana pra vc!